quinta-feira, 2 de outubro de 2008

I'm only (un)happy when it rains

Oi? Não morri :]
Cá estou, com uma loucurinha escrita enquanto a força havia acabado em casa u.ú
Divirtam-se...Ou não.

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Vuuu...Vuuuu
...

Caraca, ou está acabando o mundo, ou um temporal macabro vem por aí.

"Amor, vai cair uma chuva muito forte."
"Mas isso não é bom?"
"É, mas-"

Click.

Todas as luzes se apagam. Justamente o que eu temia.
Cacete, eu quero falar com o Suke.

"Tiraram os computadores da tomada?"
"Assim que eu achar a tomada, mãe..."
"Vuuu..."
"Cala a boca, Juliano."
"Ui, tá estressada?"

Lógico que estou estressada. A minha internet vai sair do ar em breve e sem previsão de volta, vou completar um mês de namoro em três dias e a porra da energia acaba enquanto eu estou falando com o meu namorado! Há motivo para NÃO ficar estressada?!

Ping. Ping.

Caramba, ainda vai chover. E eu nem posso sair para me molhar. Porque tem que ser uma merda de uma tempestade...

"Pai, me empresta o celular para eu avisar a Maiara que não vou mais entrar hoje?"
"Mas ela deve estar sem energia também..."
"Mas eu quero avisar."

Maiara? Até parece. Ela deve estar no quinto sono a essa hora. Vou é avisar o Suke.

"Amor, a energia acabou. Eu ia falar que era esse o meu medo, mas aconteceu antes que eu pudesse falar. Volto assim que voltar, mas não me espere. Te amo muito, muito, muito. =***"

Não assinei, apesar de estar mandando pelo celular do meu pai. Mas acho que ele me reconhecerá, já que - eu acho que - sou a única que o chama de "amor".

Ping. Ping. Ping. Ping.

Puta merda, mais chuva. Eu quero a energia de volta. Quero meu namorado de volta.

Papel. Lapiseira. Vela.

É o melhor momento para escrever. Estou frustrada, inquieta e sem com quem desabafar. Bom, tem o meu cachorro, mas ele prefere fugir dos trovões debaixo da cama. Aquele bicha...

Crash.

Tremi, me encolhendo na cama. Não tenho medo de trovões, mas simplesmente odeio o silêncio que os precede e segue. Meu cachorro me olha pelo reflexo do espelho, a cabeça inclinada. Ótimo, sou louca agora.

Ping......Ping......

A chuva está parando! Por que a porcaria da energia não volta? Ainda é meia noite, o Suke deve estar acordado. Aaaanda, droga.

Ping. Ping. Ping. Ping. Ping. Ping.

Não brinco mais.





Click.

Abri os olhos. Dormi com o caderno do lado, e acho que deitei em cima da lapiseira. A vela queimou até o fim. A energia voltou.

Celular. Duas e cinquenta.

Putz, o Suke já dormiu, com certeza. Ai, que ódio. Que ódio, que ódio, que ódio. Ligo o computador, desesperada.

"Eu vou deitar com o fone. Quando voltar, me liga no Skype que aceita automático e fala comigo, tá? Te amo..."

Idiota. Eu falei para não me esperar. Bom, de qualquer forma, ele deve ter dormido. Nem quando eu estou falando com ele ficamos até tão tarde. A não ser nos fins-de-semana. Mas hoje é quarta-feira, e ele está dormindo. Ok, eu ligo, mas sei que ele não vai acordar.

Inspira. Expira.

Dito e feito. Só ouço sua respiração.

"Haha. Que sono, amor. Você não vai acordar, mesmo. Te amo, tá?"

Deito na cama, calma, apesar de não o ter encontrado acordado. Pelo menos o encontrei.

Crash.

O silêncio não me assutou dessa vez.